quarta-feira, 16 de junho de 2010

ERRO PESSOAL



Em recente edição de seu periódico, Jornal Pessoal, o consagrado jornalista Lúcio Flávio Pinto contesta o título de anúncio feito pela DC3 para o curso de jornalismo da Escola de Propaganda (acima). Ele argumenta que por se tratar de um curso de reportagem fotográfica a imagem não poderia deixar de aparecer.

Esclarecimentos:

1- A que imagem o jornalista se refere? Parece que houve uma confusão entre jornalismo e propaganda. Esquece que o anúncio trata de um curso de jornalismo. E
como propaganda que é, vende um serviço. Não se trata de uma matéria ou reportagem jornalística com todos seus elementos técnicos indispensáveis.

2- Concordamos que é essencial a apresentação da imagem ao leitor ou telespectador. Isso é jornalismo. Mas um anúncio tem outra função. No caso, falamos do profissional de jornalismo, não da matéria jornalística, não do seu objeto de trabalho. Suas conclusões são empíricas. E superficiais. Limitou-se a ler o título. Ou melhor (ou seria pior?), não deve ter lido direito. Analisou a parte, desprezou o contexto. Checar e rechecar a informação é mandamento básico do jornalismo. E da propaganda também. A DC3 confirma tudo com o cliente antes de fazer um briefing.

3- É evidente que a fotógrafa Paula Sampaio foi consultada. Aliás, como o próprio Lúcio Flávio sugeriu, a decisão de não aparecer foi dela. Questões ligadas a sua segurança explicam isso. O jornalista deveria saber disso. E sabe, tanto que pergunta e responde isso na mesma questão. Mas preferiu a pior opção pra virar manchete: a equivocada.

Como se percebe, Lúcio Flávio Pinto pode entender muito de jornalismo, mas muito pouco de propaganda.

4 comentários:

  1. Conheço a Paula e sei o quanto ela evita se expor por problemas de ameaça. Não vejo problema algum em não exibir a foto d professora. A questão, pelo que percebi é o respeito a imagem de quem não quer 'aparecer'.

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  2. Prezados
    A peça publicitária da DC-3 anuncia que a "primeira lição do módulo de reportagem fotográfica" ensina que "algumas imagens devem ser preservadas. A da professora, por exemplo". Estranhei essa lição porque a primeira lição da reportagem fotográfica é, tautologicamente falando, exibir as imagens. Ou então o fotógrafo estaria negando sua razão de ser. A segunda lição pode ser essa. Se a DC-3 realmente expressasse o interesse do cliente, que é proporcionar (em tese, no caso) aos seus alunos uma boa lição sobre reportagem fotográfica, diria que apenas a segunda lição é preservar a imagem do personagem, se ele solicita essa reserva. Logo, se, ao contrário do elementar e acaciano, a imagem da professora é omitida na peça, tanto em jornalismo quanto em propaganda (e em qualquer outro ramo do conhecimento ou da atividade humana), o compromisso com o leitor (além de com o aluno do curso) obrigaria a DC-3 a alertá-lo sobre o pedido da professora, que, nessas circunstâncias, tem que ser acatado. Como em casa de ferreiro o espeto costuma ser de pau, a DC-3 transmite aos jornalistas uma lição que se aplica aos publicitários. Cada uma na sua especialidade, seus objetivos são distintos. Infelizmente, na grande imprensa paraense, faz-se muito mais propaganda do que jornalismo. E não propaganda risonha e franca. Desde já agradeço pela anti-lição. É, como diria Fradique Mendes, o método peripatético de ensino. Ou, na definição de um humorista, a chataphysica. Um abraço a todos os bons publicitários da DC-3 do Lúcio Flávio Pinto

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  3. A Dc3 fica contente em poder discutir em tom elevado e respeitoso sobre a questão.

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  4. Eu também. Já é rara entre nós a polêmica. E a boa, então... Viva a diferença. E a civilidade.
    Lúcio Flávio Pinto

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