segunda-feira, 18 de maio de 2009

Uma agência pra chamar de minha

A escolha de uma boa agência de propaganda é cada vez mais uma decisão estratégica para as empresas e instituições. Mas como fazer a escolha acertada, diante da proliferação de opções verificada a toda hora? Como detectar a parceira ideal para rentabilizar ao máximo os investimentos em comunicação?
Por muito tempo os critérios ficaram no imprevisível terreno da subjetividade ou feitos com base em relacionamentos de amizade, parentesco ou de alguém com alguma forma de atuação na mídia, seja lá qual for a mídia ou a atuação.
Mas este tipo de escolha, baseado numa dose enorme de amadorismo, é cada vez mais um risco. Pode ser que, por um desses arroubos de sorte, aquela agência do tio da prima do irmão do cunhado da sua filha seja uma agência excelente mesmo, mas isso é como um tiro no escuro.
A popularização da informática, de cursos de comunicação, uma certa glamourização da atividade e outros fatores, fizeram surgir um número enorme de pessoas oferecendo serviços de comunicação, o que nem de longe pode ser chamado de agência de propaganda. Porque mais que fazedora de frases de impacto ou tiradas espertas, uma agência de propaganda é essencialmente inteligência de marketing e comunicação a serviço de um anunciante ou futuro anunciante.
É gente que estudou, pesquisou, investiu, sonha acordado, viveu e vive uma série de experiências para poder ter conteúdo e assim oferecer soluções, saídas, alternativas, para problemas de comunicação. Problemas que vão desde como aplicar da melhor forma possível a verba de propaganda, até a idéia do comercial de televisão que o público visado gosta e que ajuda este público a decidir pelo produto anunciado.
Embora pareça complicado, existem formas bem objetivas de escolher uma boa agência de propaganda. E isso é muito importante fazer, já que a propaganda é uma atividade onde, trabalhar com um top de linha custa o mesmo ou até mesmo menos do que trabalhar com uma improvisação.
Uma das primeiras providências para uma boa escolha é procurar saber a procedência dos cabeças da agência. O que já fizeram na atividade, se já trabalharam em agências conceituadas, em produtoras de som e imagem, em veículos de comunicação estruturados ou mesmo na área mercadológica de anunciantes. Procure saber se têm história, boa folha corrida, se amam a atividade ou se estão apenas abrindo agência por acharem fantasiosamente que é um negócio onde se trabalha pouco e ganha-se muito.
Ninguém é bom nesse negócio sem alguns anos de transpiração, de lida diária com problemas, broncas, crises, resultados, retorno. Gênios fora-de-série podem até existir, mas como o nome diz, são fora-de-série, e não é todo dia que se dá de cara com um Pelé pela rua.
Outra medida importante é saber se a agência tem pelo menos uma estrutura mínima, com gente cuidando de criação/planejamento, de produção eletrônica e impressa, gente de atendimento para dialogar e não apenas dizer amém, gente de mídia para comprar os espaços certos para as alvos certos.
Alguém há de perguntar se prêmios são importantes na hora de escolher uma agência de propaganda. A importância dos prêmios é muito relativa. Se por um lado revelam uma habilidade para fazer peças publicitárias diferenciadas e originais, por outro são concursos de idéias, julgadas na grande maioria por publicitários, sem preocupação alguma com resultados de vendas e de imagem geradas pelas peças premiadas. De uma forma geral, o prêmio é uma qualidade positiva, mas é preciso perceber se a agência cultiva os prêmios para inflar mais o crescimento do cliente ou o seu próprio ego.
Criatividade é o grande charme da propaganda, mas ela precisa estar manifestada não apenas na criação, mas também em planejamento criativo, mídia inteligente, produção inovadora, pesquisa, em todo o processo publicitário.
É fundamental dar uma espiada na ética, saber como a agência se relaciona com os veículos de comunicação, com os fornecedores, com as gráficas, os fotógrafos, as produtoras. Se é uma agência que respeita as regras do mercado, cumpre contratos, que trata bem seus empregados, que gera oportunidades para os jovens talentos que surgem. Esse dado é outro favor que ajuda muito a fazer uma opção acertada.
Junto com isso, é preciso perceber na agência a intenção de ousar, de inovar, de diferenciar, de se dedicar à atividade de seus clientes, de procurar entender, e a partir daí propor as idéias, e não vir com fórmulas requentadas e repetidas.
Como se pode ver, para o bem de anunciantes e de seu suado dinheirinho, é fácil escolher uma agência de propaganda. Como em toda atividade profissional, existem no mercado empresas que, além do seu próprio crescimento, querem o crescimento da atividade onde atuam. E essas geralmente são as melhores da praça.
Mas é sempre bom destacar que a boa propaganda começa com um bom produto, um bom serviço, uma boa empresa. Não existe agência criativa sem cliente criativo, já que a propaganda vai encontrar as formar de “como, onde e pra quem dizer”, pois “o que dizer” é a empresa que estabelece.
Considere estes critérios, junte sua sensibilidade, visão de negócios e certamente terá uma grande parceria para enfrentar os desafios desse maravilhoso mundo chamado mercado.

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